Nos últimos vinte e cinco
anos, descobertas científicas que ocorreram principalmente nas áreas de
biologia celular e molecular, combinadas com avanços nas áreas de química e
microeletrônica produziram novas tecnologias que, já na década de oitenta,
modificaram todos os setores tecnológicos e industriais relacionados com a
biologia, entre os quais, a agricultura.
Pela tecnologia do DNA
recombinante, genes de praticamente qualquer organismo, podem ser isolados,
caracterizados, modificados e transferidos para qualquer outro organismo onde,
sob o comando de promotores adequados, se expressam em quantidades desejadas em
células e tecidos específicos, sob preciso controle temporal. Foram, assim,
eliminadas as barreiras biológicas que isolaram os genomas, como conseqüência
de milhões de anos de evolução.
A transformação genética
de vegetais permite a introdução de genes específicos no genoma de cultivares
comerciais. Esta tecnologia vem auxiliar os programas de melhoramento,
permitindo o fluxo de genes para plantas, os quais seriam impossíveis de serem
transferidos através de cruzamentos sexuais ou fusão de gametas. As plantas
obtidas no processo de transformação genética devem ser introduzidas em um
programa de melhoramento para o desenvolvimento de novas cultivares.
O tema alimentos
transgênicos tem causado muitos debates, por ser extremamente polêmico, tanto
do ponto de vista ambiental, como social.
Há pesquisadores que
ressaltam que é necessário medir a segurança biológica da convivência das
tecnologias com a sobrevivência dos organismos vivos. Precisamos estar atentos
à relação entre a biotecnologia e a biodiversidade. Afirmam que se não usarmos
de forma sustentável os recursos da natureza, a vida na Terra corre o risco de
se extinguir dentro de 50 anos. Com o uso desordenado da biodiversidade, a taxa
de extinção das espécies, hoje, é mil vezes maior que a taxa histórica medida
há 50 anos. Até o final do século, calcula-se que três quartos das espécies
estarão extintas. Ela afirmou ainda que outro fator que colabora para a
extinção é a própria migração humana.
A biotecnologia pode
contribuir diretamente com a redução nos custos de produção. Empresas
afirmam que os produtos transgênicos que facilitam o controle de plantas
daninhas e insetos estão provocando impacto positivo nos Estados Unidos, e que
podem reduzir o uso de inseticidas de 10 a 40%. A empresa divulga também que
nos Estados Unidos, a biotecnologia eleva em 9% a produção de soja. Os custos
também são reduzidos, no milho o percentual chega a 5% e na soja 4%. A
rentabilidade com a utilização da biotecnologia foi de 14% no milho e 12% na
soja. Na cultura do algodão mais de 1 milhão de litros de inseticidas deixaram
de ser aplicados anualmente. Porém, informações mais pormenorizadas sobre esses
dados são escassas.
No Brasil, a discussão
está pautada muito mais na opinião pessoal de pesquisadores e políticos do que
em informações objetivas sobre o assunto.
É preciso salientar que nada tem risco
zero. Que ninguém pode prever o imprevisível, nem mesmo a ciência. Para isso
devemos trabalhar sempre com risco mínimo e os produtos devem ser muito bem
testados e analisados antes da liberação para consumo humano ou animal. No caso
de produtos transgênicos, cada um deve ser analisado especificamente. O que
precisamos é ter conhecimento do assunto.
LACERDA, A.L.S. Plantas Transgênicas. 2006.
Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/transgenicos/index.htm>.
Acesso em: 02/10/2013
Imagem disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br/transgenicos2.htm
Acessado em 02/10/2013
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